sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Creepypasta: o monstro na janela

   

  Finalmente eu estava em casa, depois de trabalhar até tarde da noite no projeto que meu patrão havia posto sob minha responsabilidade. Mas valeu a pena. Apesar do trabalho, eu teria um ótimo dia pela frente no dia seguinte. A melhor parte era ver meu filho. Após uma árdua batalha judicial contra minha ex-esposa, eu consegui a guarda do meu filho. Reformei meu antigo quarto de hóspedes para ele, embora tenha ficado meio sem graça com tudo branco. Mas como teríamos muito tempo livre, achei que poderíamos fazer quaisquer mudanças que ele quisesse. 

    Ao chegar em casa, subi as escadas. Meu filho me ouviu e imediatamente me chamou em seu quarto. 

   "Papai, não consigo dormir. Tem um monstro na janela." Disse ele.

    Monstros. Típico de crianças.

   "Não tem monstro nenhum, filho. É só um galho de uma árvore balançando com o vento, viu?" eu apontei e lhe mostrei o galho batendo no vidro da janela. Ele confiou em mim o bastante para se acalmar, e lhe dei um beijo de boa noite. "Hora de dormir." disse a ele.

   A essa altura, mal conseguia manter meus olhos abertos. Entrei no quarto e caí na cama como uma pedra. Estava com muita coisa na cabeça para ficar me preocupando com os monstros imaginários de meu filho. Tinha de matriculá-lo na escola de nosso bairro, comprar seu uniforme, materiais, etc. O sono estava me dominando, quando meu filho me chamou de novo. Cara, eu amo meu filho, mais do que tudo, mas precisava muito dormir. Mesmo assim, fui até seu quarto.

   "Papai, o monstro voltou." Disse ele. Olhei para a janela. Não havia nada além dos galhos da árvore. Fui até a janela e mostrei isso a ele. A abri e me virei para ele. "Viu, filho? não tem nada além do galho da árvore. Agora vá dormir. O papai tem que acordar cedo amanhã." Disse eu. Ele ainda estava assustado, mas o que eu podia fazer? estava cansado demais. 

    Caí de novo no conforto de minha cama. Então, meu filho gritou. "Tá certo! eu vou dormir na cama com você. Se vir algum monstro, apenas segure em mim." Disse eu. Entrei em seu quarto e me deitei ao seu lado, me cobrindo com seu cobertor vermelho.

    No entanto, quando me deitei, uma dúvida me veio à mente: eu não tinha comprado roupas de cama brancas...?

   Olhei para meu filho e gritei. Seu pescoço havia sido aberto de lado a lado e o sangue encharcava o cobertor de vermelho.
   
  Foi então que ouvi os barulhos na janela e percebi meu erro. Agora, só me restava chorar.
    
  Lembrei-me que não havia nenhuma árvore no meu jardim.


  Creepypasta retirada do canal The Fator Medo .

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Creepypasta: A árvore de sapatos

 "Já chegamos?"

   As palavras que todo pai espera ouvir. Invariavelmente, a cada intervalo de dez minutos, minha filha de oito anos de idade desgrudava o rosto da janela e fazia a mesma pergunta. E, pacientemente, eu respondia: "Quase, querida." Nós estava dirigindo por quase duas horas (o que deve lhe dar uma ideia de quanto eu tinha que aturar) para deixar Cynthia na casa de sua mãe. Lisa e eu estávamos divorciados há cerca de três anos e, obstinadamente, ela pedia para ver Cynthia durante todo o mês de dezembro. Lisa não ganharia nenhum concurso de mãe do ano mas, diabos, eu também não sou nenhum anjo. Tenho trinta e sete anos, fumo e tenho uma propensão desagradável de xingar como um marinheiro. Mas, caramba, eu amo Cynthia e ainda me mata cada vez que eu preciso deixá-la em sua mãe no temido mês de dezembro.

   Desnecessário dizer, eu não estava com pressa alguma para chegar na casa de Lisa e, por isso, este ano decidi tomar uma antiga rota por áreas afastadas. Achei que seria uma boa oportunidade de mostrar para Cynthia a beleza da natureza enquanto ganhava um pouco mais de tempo com ela, antes de deixá-la por quatro semanas e meia. Ela estava tão absorta com a paisagem que só perguntava seu periódico "Papai, o que é isso?" ou "já chegamos?" e, em seguida, grudava seu pequeno rosto redondo na janela. E eu respondia a cada pergunta "É um antigo silo de grãos, querida", ou "Quase, querida."

   Depois de um tempo, liguei o rádio para ouvir um ruído de fundo tranquilo e comecei a cair em um silencioso transe meditativo, resultado de tanto tempo dirigindo. No entanto, minha calma logo foi perturbada por um grito de Cynthia. Pisei nos freios instintivamente, fazendo o carro dar uma parada brusca e olhei para Cynthia. "O que foi? Cynthia, o que há de errado?" eu perguntei em pânico. Minha mente passou por tudo que poderia estar errado: um ataque cardíaco, um edema pulmonar, insuficiência renal (pensamentos estranhos, já que Cynthia estava perfeitamente saudável)... Mas, Cynthia só olhava pela janela, paralisada pelo o que quer que seja que estava lá fora.

   Quando olhei por cima de sua pequena cabeça, entendi o que havia provocado o grito estridente.


    Era um vidoeiro branco enorme no meio de um campo nevado. Bem, além do tamanho  excepcionalmente grande da árvore (bétulas não costumam crescer muito mais do que trinta centímetros de diâmetro e este tinha, no mínimo, um metro e meio), outra coisa que me chamou a atenção foram as folhas da árvore. Já havíamos percorrido uma boa distância no campo (cerca de trinta metros) e eu ainda estava olhando por trás da cabeça de Cynthia (que estava firmemente colada à janela neste ponto), mas eu mal podia distinguir o formato das folhas. Não consegui entender no início, mas depois de olhar cuidadosamente, percebi que as folhas da árvore não eram folhas no final das contas... elas eram ... sapatos. Centenas deles. Suspensos nos ramos pelos cadarços, de todas as formas e tamanhos imagináveis​​. Eu lentamente abri a porta e sai para olhar mais de perto. O tamanho da árvore era impressionante e a distribuição de seus ramos era inacreditável. Arredondando para cima, imagino que haviam cerca de seis ou sete mil pares de sapatos suspensos, alguns até mesmo nos ramos menores. Comecei a caminhar em círculos na frente do carro, incapaz de tirar os olhos do espetáculo bizarro diante de mim. Então, sem aviso, eu ouvi a outra porta abrindo e Cynthia saiu correndo em direção à árvore com um sorriso infantil.

  Além do fato de que este era um campo no meio do nada, também era o auge do inverno. Quando Cynthia saiu correndo em direção à árvore vestindo apenas uma calça jeans e uma camiseta, minha primeira reação foi buscar seu casaco (Deus sabe que ela não iria colocá-lo mesmo que estivesse 50 graus negativos). Eu me virei para pegar o casaco dentro carro e quando me virei, com o casaco na mão, gritando para Cynthia vesti-lo ... ela havia sumido.

    Meus olhos procuraram freneticamente na neve por ela, seguindo suas pegadas diretamente para a base da árvore. "Cynthia!" eu chamei. Eu ouvi uma risada de menina em resposta. "Cynthia, não temos tempo para brincar!" Dei um passo em direção à árvore e, conforme a neve era esmagada sob meus pés, ouvi sua risada inconfundível de novo. "Cynthia, venha aqui neste instante!" eu gritei, minha voz se tornando um pouco mais rouca. Para meu imenso alívio ela revelou-se, saindo correndo de trás da árvore de sapatos. Mas havia algo errado com ela, algo que eu não conseguia identificar.

  Ela estava descalça. "Tudo bem, papai, eu estou aqui! Nós temos que ir? A árvore é tão quente e agradável!"

   Agarrei-a pelos ombros, sacudindo seu pequeno corpo, quase tremendo de medo "Cynthia, onde estão seus sapatos?"

   Nervosa, ela respondeu: "O homem bonzinho me disse para tira-los, papai-olha, ele me deu um colar lindo!"

   Meu coração afundou até boca do meu estômago. Com certeza, ali, em volta do pescoço da minha filha, estava um pequeno pingente em forma de coração. Eu apertei minha mandíbula, peguei o pingente e tirei-o.

"Papai? Que há de errado?"

"Cynthia, eu preciso que você volte para o carro e fique lá. Agora".

"Mas papai, meu sapa..."

"AGORA, Cynthia. Entre no carro e tranque as portas. Não abra para ninguém até que eu diga, ok?"

"Tudo bem ... se você diz ..."

   Cynthia saiu andando irritada em direção ao carro e lançando olhares para mim por cima do ombro. Eu observava cada passo que dava, até que ela finalmente entrou e trancou as portas. Então eu me preparei para enfrentar esse "homem bonzinho". Seja lá qual for idiota doente que criou esta pequena atração, eu não estava disposto a deixá-lo sair por aí atraindo crianças pequenas com bugigangas baratas apenas para que ele pudesse se divertir. Segui as pegadas de Cynthia direto para a árvore até que ela apareceu diante de mim, maior que a vida. Foi então que eu notei algo sobre os sapatos: eram todos pequenos. Nem um único par maior que o tamanho que uma criança calçaria. Estremeci e me apoiei no tronco da árvore.


   Para minha surpresa, era quente ao toque. Eu arranquei um pouco da casca para descobrir o que poderia estar causando esse fenômeno e fiquei surpreso ao ver o que pareciam iniciais esculpidas. Bem, isso não teria sido terrivelmente incomum se não fosse o fato de que junto a essas iniciais, existiam outras. E ao lado destas, ainda mais. Conforme eu arrancava cada vez mais a fina casca de cera, descobria dezenas de iniciais esculpidas, em seguida, centenas. Dei um passo para trás. Comecei a ter uma sensação desagradável na boca do estômago, aquela torção dolorosa que se forma quando você sabe que algo está errado. Eu olhei de novo para os sapatos, e a torção piorou. Vi os tênis de Cynthia pendurados ali, como pequenos cadáveres, oscilando lentamente por suas entranhas entrelaçadas.

    muito assustado nesta hora, me virei e corri de volta para o carro com minha respiração formando nuvens pesadas no ar frio e cortante. Peguei a chave, abri a porta do lado do motorista, entrei e tranquei-a atrás de mim. Virei-me para Cynthia e perguntei: "Você está bem querida? Alguém te machucou ou te tocou?"

"Não, papai, eu estou bem! O Sr. Sorrisos é engraçado, ele me faz rir. Ele tem uma cara engraçada!"


   Aquele nó no estômago torceu e espremeu, enviando tentáculos gélidos de medo em direção ao meu coração. "Quem é o Sr. Sorrisos, Cynthia?"

    Cynthia ficou sem palavras quando seus olhos deslizaram para o banco traseiro. Meu coração congelou enquanto eu lentamente virei meu olhar para acompanhar os dela. Ele descansava casualmente lá atrás...Tinha uma aparência vagamente humana. Garras ósseas unidas ordenadamente saíam debaixo da carne podre de seus dedos. Sua "cara engraçada" era uma massa de pele em decomposição esticada sobre seu crânio branco descorado. Os cantos de sua boca estavam descarnados, deixando apenas uma careta macabra gravadas sob suas órbitas sem olhos. O sorriso grotesco arregalou-se e ele alcançou uma jarra ao seu lado, pegando um pequeno pedaço de doce entre seus dedos decrépitos.


 "Gostaria de um doce?"

    Eu olhei, congelado em terror, quando a mão de Cynthia se esticou e pegou o doce de suas garras e começou a desembrulha-lo. O olhar sem olhos da criatura parecia mudar para encarar meu próprio olhar horrorizado, o seu sorriso nojento se alargou levemente. Tentei gritar, mas, curiosamente, descobri que eu não podia. Engraçado, eu ainda não tinha notado sua outra mão subindo no meu pescoço. Um frio rastejante percorreu minhas veias conforme suas garras geladas apertavam minha garganta. Sangue quente escorreu do meu peito enquanto dava meus últimos suspiros ofegantes pelo buraco recém-rasgado em meu pescoço. Cynthia olhou para mim com curiosidade, mastigando inocentemente naquele pedaço de doce. Sua voz ecoou a minha volta enquanto eu descia em uma espiral de escuridão.

"Papai? Que há de errado? Papai...? Papai ..."


 Creepypasta retirada dos blogs sintonia alcalina e Predomínio do Terror.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Creepypasta: Sr. Bocalarga

   

   Durante minha infância, minha família era como uma gota d'água em um grande rio, nunca ficava no mesmo lugar por muito tempo. Nós nos estabelecemos em Rhode Island quando eu tinha 8 anos, e lá ficamos até eu entrar parna uma faculdade em Colorado Springs. A maioria das minhas memorias estão enraizadas em Rhode Island, mas existem fragmentos no fundo do meu cérebro que pertencem a varias casas em que vivemos quando eu era muito mais novo.
      A maioria destas memórias são sem sentido e não estão claras- perseguindo outro garoto no quintal de uma casa na Carolina do Norte, tentando construir uma jangada para flutuar no lago atrás do apartamento que alugamos na Pensilvânia, e por aí vai. Mas tem esse conjunto de memórias que eu me lembro claro como água, como se tivesse acontecido ontem. Eu constantemente fico divagando se essas memórias não foram apenas sonhos lúcidos produzidos por uma longa gripe que tive naquela primavera, mas no fundo do meu peito, sei que são reais.
     Nós estávamos vivendo em uma casa nos arredores da metrópole de New Vyneard, Maine, população 643. Era uma estrutura larga, principalmente para uma família de 3 pesssoas. Havia alguns quartos nos quais eu nem sequer tinha entrado ainda nos 5 meses em que morávamos lá. De certa forma era desperdício de espaço, mas era a única casa disponível no mercado naquela época, pelo menos era a uma hora de distância do trabalho de meu pai.
     No dia depois do meu quinto aniversário (com presença apenas dos meus pais), fiquei com febre. O médico disse que eu tinha mononucleose, o que significava nada de brincadeiras pesadas e mais febre por pelo menos mais três semanas. Foi horrível ficar de cama. Estávamos no processo de empacotamento das nossas coisas para nos mudarmos para a Pensilvânia, e a maioria das minhas coisas já estavam empacotadas em caixas, deixando meu quarto vazio e desconfortável. Minha mãe me trazia Ginger Ale (refrigerante local) e livros várias vezes por dia, e essas coisas tiveram a função de ser minha forma de entretenimento pelas semanas seguintes. O tédio vinha sempre me atormentar, esperando os momentos certos para me atingir e piorar mais ainda minha miséria.
     Eu não me lembro exatamente como conheci o Sr Bocalarga, eu acho que foi tipo uma semana depois de eu ter sido diagnosticado com mononucleose. Minha primeira memória da pequena criatura foi perguntar se ele tinha um nome, ele me disse para chamá-lo de Sr Bocalarga, pois sua boca era larga. De fato, tudo nele era largo em comparação ao corpo dele- a cabeça, olhos, orelhas pontudas- Mas sua boca era de longe a mais larga.

   " Você parece um furby." eu disse enqunato olhava um dos meus livros.

   " O que é um furby?" perguntou ele.

   Eu encolhi os ombros. "Você sabe... o brinquedo. O pequeno robô com grandes orelhas. Você pode criá-lo  e dar comida, como se fosse um bichinho de verdade."

   "Ah." Resmungou ele. " Você não precisa de um desses, não é a mesma coisa que ter amigos de verdade".

   Eu lembro do Sr Bocalarga desaparecendo toda vez que minha mãe vinha dar uma olhada em mim."Eu me escondi embaixo da sua cama." Explicou  ele. "Eu não quero que seus pais me vejam porque tenho medo de que não nos deixem brincar juntos de novo."
   Não fizemos muitas coisas nestes primeiros dias. O Sr Bocalarga apenas olhava meus livros, fascinados pelas histórias e leituras que eles continham. Na terceira ou quarta manhã depois de eu conhecê-lo, ele me saudou com um largo sorriso no rosto. "Eu tenho um jogo que nós podemos jogar." Disse ele. "Mas seus pais não podem nos ver jogar. É um jogo secreto."
  Depois que minha mãe me entregou mais livros e  refrigerante, Sr Bocalarga saiu de baixo da minha cama e puxou minha mão. " Nós temos de ir pro quarto no fim do corredor." Ele disse. Eu protestei de início, pois meus pais haviam me proibido de sair da cama sem a permissão deles, mas Sr Bocalarga persistiu até eu ceder.
  O quarto em questão não tinha móveis ou papel de parede. Seu único traço característico era a janela em frente à porta. Sr Bocalarga disparou pelo quarto e abriu a janela com um puxão firme. Então me chamou para olhar o chão lá embaixo.
   Nós estávamos no segundo andar da casa, mas era sobre uma colina, e por esse ângulo a queda era mais longa do que o esperado pela inclinação. "Eu gosto de brincar de fingir aqui em cima,'' o Sr Bocalarga explicou. "Eu finjo que tem um grande e fofo trampolim embaixo da janela. Se você fingir bem forte você quica de volta pra cima bem alto. Eu quero que você tente.
   
   Eu era um menino de 5 anos de idade e febril, então apenas um pouquinho de ceticismo passou pela minha mente enquanto eu olhava para baixo e considerava as possibilidades. "É uma queda muito alta," comentei.

  " Mas é tudo parte da diversão," ele disse. "Não seria divertido se fosse uma queda curtinha, se fosse assim você poderia muito bem pular de um trampolim comum."

  Eu brincava com a ideia na minha cabeça, imaginando-me cair através do vento frio para então quicar em algo invisível a olhos nus de volta no ar e voltar para a janela. Mas o realismo prevaleceu em mim. "Talvez outra hora," eu disse, "acho que não tenho tanta imaginação assim. Eu posso me machucar".
  O rosto dele se contorceu em um rugido, mas apenas por uns segundos. A raiva deu lugar ao desapontamento. " Se você diz..." ele disse. Passou o resto do dia debaixo da minha cama, calado feito um ratinho.

   Na manhã seguinte o Sr Bocalarga chegou segurando uma pequena caixa. "Eu quero te ensinar malabarismo," ele disse, "aqui estão algumas coisas que você pode usar para praticar antes que eu comece a te dar lições.''

   Eu olhei a caixa, estava cheia de facas. 'Meus pais vão me matar!" eu gritei, horrorizado.   ''Eles vão me bater e me deixar de castigo por um ano!"
 
 Ele franziu a testa. "É divertido fazer malabarismo com isso, eu quero tentar." Disse ele.

  Eu empurrei a caixa para longe. " não posso, vou me meter em encrenca."

  O franzir de testa do sr Bocalarga se tornou uma carranca. Ele pegou a caixa de facas e foi para debaixo da cama. Eu comecei a pensar na frequência com que ele ficava abaixo de mim.  
   Eu comecei a ter problemas para dormir com isso. O Sr Bocalarga me acordava no meio da noite, dizendo que ele havia colocado um trampolim de verdade abaixo da janela, que eu não poderia ver porque estava escuro. Eu não cedia, mas ele ficava me persuadindo.

Ele não era mais tão legal pra brincar.

   Minha mãe entrou no quarto uma manhã e disse que eu tinha permissão para dar uma volta lá fora. Ela pensou que um pouco de ar fresco seria bom para mim, especialmente depois de ficar confinado no meu quarto por tanto tempo. Entusiasmado, coloquei meus tênis e disparei para a porta dos fundos, gritando de alegria por sentir de novo o sol em meu rosto.
    O Sr Bocalarga estava esperando por mim. ''tem uma coisa que quero que você veja." Disse ele. Devo tê-lo olhado estranho, porque ele disse: "é seguro, prometo."
    Eu o segui até o começo de uma trilha estreita que adentrava a floresta atrás da casa. 

"Esse é um caminho importante." Ele explicou."Eu tenho muitos amigos da sua idade. Quando eles estão prontos, eu os levo pra dentro dessa trilha , para um lugar especial. Você não está pronto ainda, mas um dia espero que esteja."

 Eu voltei pra casa, me perguntando que tipo de lugar podia haver dentro da trilha.

    Duas semanas depois de conhecer o Sr Bocalarga, a última demanda das nossas coisas estavam sendo colocadas em um caminhão de mudança. Eu estaria dentro da cabine daquele caminhão, sentado perto de meu pai pela longa viajem. Eu considerei contar ao Sr Bocalarga que estava partindo, mas, mesmo aos cinco anos de idade, eu suspeitava que a criatura tinha intenções não muito boas, considerando as coisas que me disse anteriormente, então mantive a partida em segredo.
     Meu pai e eu estávamos no caminhão ás 4 da manhã. Ele esperava chegar na Pensilvânia pela hora do almoço do dia seguinte, com a ajuda de uma carga infinita de café e um pacote de energéticos. Parecia mais que ele ia correr uma maratona do que iria passar o dia todo num carro.

 "É cedo o suficiente para você?" perguntou ele.

     Eu acenei e encostei minha cabeça contra o vidro, esperando dormir algumas horas antes do sol nascer. Senti a mão de meu pai em meu ombro. "Essa é a última mudança filho, prometo. Sei que tem sido difícil pra você, por ter ficado tão doente...assim que papai for promovido poderemos sossegar e você pode fazer amigos".
    Abri meus olhos assim que o veículo começou a se mover. Vi a silhueta do Sr. Bocalarga na janela do meu quarto. Ele permaneceu em pé sem demonstrar emoção nenhuma no rosto até o caminhão entrar na estrada principal. Então ele acenou com a mãozinha pequena, com uma faca na mão. Não acenei de volta.

  Anos depois, eu retornei para New Vineyard. O pedaço de terra onde antes ficava minha casa agora estava vazio, exceto pelas fundações, pois a casa queimou alguns anos depois de termos nos mudado. Por curiosidade, segui a trilha estreita que Sr Bocalarga havia me mostrado. Parte de mim esperava que ele pulasse de trás de um árvore, me dando um baita susto, mas eu sentia que ele tinha ido embora, de alguma forma amarrado à casa que não existia mais.
  
  A trilha terminava no cemitério memorial de New Vineyard.

   Eu notei que a maioria dos túmulos pertencia à crianças.
  

Creepypasta retirada do meu blog original e obtida originalmente do blog sintonia alcalina




      

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Creepypasta: Deus


    Você está deitado numa cama de hospital, à beira da morte, seu câncer de pulmão já em estado terminal. Hoje é seu último dia de vida. Sem chances de recuperação. Todos os aparelhos serão desligados e você descansará em paz.
     Sua família veio se despedir de você. Sua esposa, seu casal de filhos, seus netos. Eles te trouxeram flores. Eles realmente te amam muito.
    Algumas horas depois, a visita foi encerrada e os aparelhos serão desligados em breve. Você se lembra de todos os momentos de felicidade de sua vida: amor, viagens, família. No entanto, você era alguém muito rico e ambicioso, e fazia de tudo para enriquecer ainda mais. Mas sempre tentou corrigir isso indo à igreja, rezando com frequência, enfim, sendo temente a deus. Você teve uma vida luxuosa, mas, como acontece com todos, sua hora chegou.
    Então, sua respiração vai cessando. A vida some de seu corpo. Os médicos vão desligando os aparelhos. Então, tudo escurece. Você já morreu.
    Mas, de repente, você se sente como se estivesse de pé. Sim, você está de pé. Tudo está escuro. Você não enxerga nada, mas pode andar, então segue em frente. Você não sabe onde está, afinal, está morto.
    Você caminha por dias nesta vastidão infinita. sente uma enorme dor nos pés. E, no quinto dia, você vê uma porta ao longe. Sim! uma porta! você corre até ela, pois ela deve ser o que procurava. Afinal, você não caminhou por cinco dias à toa, certo? Antes de entrar, você vê algo escrito na porta, por arranhões: D-E-U-S. Deus!
  Você fica empolgado. Finalmente, após uma vida de devoção e fé você conhecerá o criador! você encosta a mão na maçaneta e abre a porta suavemente...
   ...E fica parado ali, em estado de choque.
    No centro da sala estava um grande ser. Cerca de 50 metros de altura. Ele não tinha olhos, apenas uma enorme boca no centro do rosto. Essa coisa é deus.
    Ele sente sua presença. Ele vira o rosto para você e vai na sua direção. Você fica chocado ao constatar que ele era quadrúpede. Pouco a pouco ele se aproxima de você. Agora, ele está à sua frente. Ele não tem olhos, mas parece te julgar, enquanto você treme de medo com sua presença. Após alguns segundos, que parecem uma eternidade, ele aproxima sua grande e monstruosa boca de você, e diz algo em seu ouvido: Ego sum justitiam (eu sou a justiça, em latim). E, antes de completar a frase, ele toca com uma pata em sua cabeça.
    Você revive em sua mente todos os momentos de maldade em sua vida: roubo, traição, deslealdade, gula... todos os pecados que você cometeu, mas nunca se arrependeu. E toda uma vida de falsa devoção não seria o bastante para apagar seus pecados.
    Então você volta ao normal. Deus ainda está à sua frente. Você fica com medo do que ele possa fazer com você. Então, ele aproxima a bocarra de seu ouvido, e diz bem baixo: et justitiam, cæcus est (e a justiça é cega, em latim).
   Então, um grande buraco negro abre ao seu redor, e você cai na escuridão infinita. Então você percebe que o deus em que acreditava, bom, justo, amoroso, bem... esse não é o verdadeiro deus. Então você chora, e dá um último grito, mas ninguém pode mais te ouvir...




Creepypasta extraída do blog Creepypasta Puro e canal D4rk - Creepypastas ™ .


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Bem vindo à cripta do medo. Entre, se tiver coragem...

   Olá, você que está lendo. Seja bem vindo. Você é bem corajoso, devo dizer. Poucos são aqueles que ousam entrar nestes domínios. Muitos dizem que este é um lugar amaldiçoado. Os passantes contam histórias sobre criaturas tenebrosas que habitam estas áreas. Monstros, demônios, criaturas do além. Você está prestes a encontrar coisas inimagináveis mesmo em seus piores pesadelos. Você não se virou e fugiu quando teve a chance, e agora pagará por sua insolência. Pois agora, não há mais como voltar...
  Mas falando sério agora, olá! sejam bem vindos a esse pequeno reino de pesadelos. Vocês podem me chamar de Mr Creepy. Eu sou o criador do blog. Esse post serve para introduzir vocês ao blog e explicar como ele vai funcionar. Então sejam bem vindos!
  Primeiramente, essa não é minha primeira experiência com blogs. Eu já tive outro blog, que mantive por cinco anos. Você pode acessá-lo clicando aqui. E aliás, se você que está lendo isso foi meu seguidor no outro blog, bem vindo também! é ótimo ver vocês por aqui. O lance é que decidi começar outro blog, pois o primeiro estava muito bagunçado. Mas não vou elaborar muito, pois já escrevi um post inteiro explicando a respeito. Tenho também um amigo, cujo apelido aqui é #Rake, que me ajudava no antigo e me ajudará nesse também. Há também uma parceria com um canal do youtube, mas falo disso mais tarde.
  O blog terá duas postagens por semana. Quando eu não puder fazer, o #Rake fará por mim. Esses posts se encaixarão em categoria, ou "quadros". Haverá mais no futuro. Para agora, três quadros já estão prontos. São eles: Creepypastas (dã) em que eu irei contar algumas creepies (dã²), Serial killers, em que vou falar um pouco sobre alguns serial killers conhecidos, seus crimes, suas vidas, suas motivações, etc, e Mistérios, em que falo sobre diversos casos e acontecimentos misteriosos, por exemplo: Quem construiu as pirâmides, o chupacabra, avistamento de ovnis, etc. Também estou pensando na possibilidade de trazer um quadro sobre rituais e outro sobre alienígenas. Posts que não pertençam a nenhum quadro serão classificados como "miscellanea". Vocês saberão mais posteriormente. As postagens irão ao ar às terças e sextas. Essa agenda pode mudar posteriormente, pois o blog ainda está em fase de criação e teste. Mas se isso acontecer, vocês serão avisados.
 Temos também uma parceria com um canal do youtube, o Lua de Sangue. O cara posta bons vídeos. O único problema é que ele demora para postar, mas os vídeos dele são bons. Deem uma olhada e, se gostarem, curtam, comentem, inscrevam-se no canal dele e divulguem.
  Por fim, temos também Uma página no facebook. Curtam, comentem e divulguem. O primeiro post do blog irá ao ar amanhã.
  Enfim, isso é tudo que eu queria dizer a vocês. Ah! e divirtam-se! afinal, esse é o nosso propósito aqui!
   bem, então obrigado e até a próxima.
   vocês não perdem por esperar...