John Wayne
Gacy parecia bom demais para ser verdade. Um homem de família,
empreendedor,
homem do ano e palhaço de festas, nas horas vagas. Não é de se admirar que
aqueles que o conheceram o adorassem tanto. No entanto, Gacy escondia uma
faceta sombria. Uma infância abusiva, um tumor na cabeça e doentias perversões
sexuais o transformaram num dos assassinos mais notórios da dos EUA e do mundo.
Agora, é hora de revisitarmos alguns de seus mais terríveis crimes, sua vida e
suas motivações. Bem vindos, meus amigos, ao Hall da fama dos serial killers .
Infância e
adolescência.
John Wayne
Gacy Jr. Nasceu em 17 de março de 1942 em Chicago, Illinois. Viveu com sua
família em uma vizinhança de classe média. Era o filho do meio, tendo nascido
dois anos depois de sua irmão mais velha e dois anos antes de sua irmã mais
nova. Apesar de não ser uma criança popular, era muito querido por seus
professores e colegas de trabalho e fez alguns amigos na equipe de escoteiros
da qual fazia parte.
No entanto,
Gacy teve uma infância e adolescência difíceis e traumáticas. Seu pai era um alcoólatra
abusivo que batia nele, na mãe e nas irmãs. Além disso, o pai ridicularizava
John por sua homossexualidade. Apesar disso, ele amava o pai incondicionalmente
e desejava mais do que tudo conseguir sua aprovação.
Além disso,
teve vários problemas de saúde. Para começar, desenvolveu um tumor no cérebro
causado quando bateu a cabeça em um balanço. No entanto, o tumor não foi
descoberto até que ele completasse dezesseis anos, quando ele sofria de uma
série de desmaios que lembravam ataques epilépticos. Os desmaios pararam após
ele receber a medicação adequada. Aos dezessete anos, foi diagnosticado como
portador de uma anomalia cardíaca não explicada. Ele foi internado em diversas
instituições ao longo dos anos, mas a causa de sua doença nunca foi descoberta.
E, apesar de seu problema de coração, ele jamais teve um ataque cardíaco.
Juventude e
início da idade adulta.
Eventualmente,
Gacy abandonou o ensino médio e fugiu para Las Vegas, onde trabalhou como
zelador de uma casa funerária. No entanto, John estava insatisfeito porque não
arranjava um emprego decente. Ele queria arranjar dinheiro para voltar para
casa, mas foi difícil, pois era difícil arranjar um emprego sem um diploma de
ensino médio. Depois de três meses, arranjou o dinheiro e voltou para casa,
onde foi recebido com muita alegria por sua mãe e irmã.
Pouco tempo
depois de retornar, ele conseguiu se formar no ensino médio. Na faculdade,
desenvolveu um talento como vendedor e formou-se em administração. Depois,
começou a trabalhar numa loja de sapatos. Não demorou para provar sua
excelência e ser transferido para gerenciar uma companhia de roupas masculinas
em Springfield, Illinois.
Mais tarde
conheceu uma colega de trabalho e se casou com ela. O pai da moça tinha uma
rede de restaurantes Fast-Food. Gacy passou a trabalhar para ele e gerenciou o
negócio com desenvoltura. Ele e sua
esposa tiveram um menino e, quando se mudaram para Lowa, nasceu sua filha.
No entanto,
mesmo casado e com filhos, a homossexualidade de Gacy ainda não havia
desaparecido. Em 1968, foi acusado de sodomizar um garoto, chamado Mark Miller.
Mais tarde, Gacy contratou um garoto chamado Dwight Anderssen para espancar
Miller, que havia testemunhado contra ele. Mas John foi descoberto. No fim, foi
condenado a dez anos de prisão, mas cumpriu apenas um ano e meio, devido a seu
bom comportamento. Enquanto estava na
prisão, sua mulher se divorciou dele. Ainda foi acusado de abuso sexual a outro
garoto ao sair da prisão, mas, como o garoto não apareceu para testemunhar no
tribunal, Gacy acabou ficando livre.
Recomeço e
primeiro assassinato.
Fora da
prisão, Gacy começou a reconstruir sua vida: Mudou-se para Chicago, onde se
envolveu com a política e serviços comunitários locais, sendo até mesmo eleito
homem do ano por isso. Casou-se com uma amiga de infância, com quem teve duas
filhas. No início dos anos 70, iniciou um negócio de pintura e decoração de
ambientes, onde oferecia emprego para jovens sem nenhuma experiência
profissional. Sempre dava várias festas e churrascos e até se vestia de palhaço
várias vezes, para divertir as crianças. No entanto, havia algo estranho: Um
cheiro horrível exalava de seu jardim. As pessoas sempre comentavam sobre isso
e sua mulher achava que havia um ninho de ratos mortos debaixo da casa. Gacy
alegava que o problema era um encanamento de esgoto. No entanto, a verdade era
bem mais sinistra.
Ele cometeu
seu primeiro assassinato em 1972. A vítima foi um garoto chamado Timothy Jack
Mccoy. Gacy conheceu Tim em um terminal de ônibus na cidade, enquanto sua
mulher e filhos estavam fora. Tim estava viajando de Michigan a Omaha. Após
levá-lo para fazer um tour pela cidade, Gacy o levou para casa e disse que ele
poderia dormir ali, e que de manhã o levaria para o terminal de ônibus. No dia
seguinte, Gacy acordou e viu Tim parado à porta, segurando uma faca. Gacy pulou
da cama e Tim levantou as mãos, cortando Gacy acidentalmente no processo (ele
tinha uma cicatriz no braço para provar). Gacy bateu nele e acabou matando-o.
Quando Gacy desceu e viu a mesa de café preparada, ele compreendeu: Tim havia
preparado o café e subira para acordá-lo, mas acabou levando a faca consigo,
distraidamente. Gacy o enterrou em seu porão.
Em 1976,
Gacy e sua esposa se separaram, devido a problemas conjugais.
Algumas de
suas outras vítimas foram Johnny Butkovich, um rapaz de dezessete anos amante
de carros; Michael Bonnin, que também
trabalhou para John e era muito hábil com as mãos; Billy Carroll Jr. Que já
havia cometido delitos menores; Gregory Godzik, que estava trabalhando em seu
pontiac; John Szyc, cujo carro, um
Plimouth Sattelite, foi vendido ilegalmente a outro jovem por Gacy; e Robert
Gilroy, um amante de cavalos. Todos eles trabalhavam para Gacy e foram algumas
de suas vítimas mais notórias, sendo que muitos estavam realizando trabalhos
para ele quando desapareceram. Mas as
outras vítimas de Gacy eram em maior parte jovens fugidos de casa ou homossexuais
que se prostituiam.
Ele
enterrava os corpos de suas vítimas no jardim e no porão de sua casa. Mas,
depois que o número de corpos ficou grande demais para o jardim, ele começou a
jogar os corpos no rio.
Algumas das vítimas de Gacy. |
Modus
Operandi.
Gacy
costumava atrair suas vítimas até sua casa, muitas vezes oferecendo emprego,
mas ele também tinha outro método. Ele rondava pela cidade com seu Oldsmobile
preto, passando principalmente por terminais de ônibus, áreas de bares ou áreas
onde homossexuais se prostituiam, à procura de garotos de programa ou meninos
fugidos de casa. Oferecia carona à vitima e a sedava usando um pano embebido de
clorofórmio ou apontava-lhe uma pistola e o levava para casa, onde o jovem era
estuprado, espancado, abusado, sodomizado e sufocado. Quando O corpo não
respondia mais, Gacy se livrava dele.
Jeffrey Rignall |
O
sobrevivente.
Jeffrey
Rignall havia voltado de viagem recentemente e estava indo à região dos bares,
quando o oldsmobile preto apareceu e cortou seu caminho. Gacy ofereceu carona
ao homem e ele aceitou. Porém, ele também foi dopado pelo clorofórmio de Gacy.
Ele chegou a acordar algumas vezes a caminho da casa do assassino, mas sempre
que tentava voltar a si e entender o que estava acontecendo, Gacy o dopava com
o clorofórmio novamente.
A única
coisa de que Rignall se lembrou de quando estava acordado era de um homem gordo
que estava nu diante dele, lhe mostrando sua coleção de objetos de tortura
sexual, com a qual estava prestes a abusá-lo. Assim, o homem foi estuprado,
sodomizado e drogado por Gacy a noite toda.
No dia
seguinte, acordou vestido diante da estátua de Lincoln Park. Se sentindo mal,
foi para a casa da namorada, onde descobriu as horríveis queimaduras e
hematomas que lhe foram infligidos por Gacy. De lá, foi para o hospital, onde
descobriu que seu fígado havia sofrido estrago permanente devido à alta dose de
Clorofórmio que John havia utilizado nele. Ficou no hospital por seis dias. No
entanto, teve sorte de estar vivo. Vários outros jovens passaram pelo mesmo que
ele e não sobreviveram para contar a história. Ele jurou encontrar o homem que
o torturou e humilhou. Assim, por meses
ele ia para a única estrada de que se lembrava em um de seus breves períodos
acordado e esperava. Foi assim por dias, até que ele finalmente viu o Oldsmobile,
o seguiu e, assim que descobriu o nome de John, prestou queixas contra ele por
abuso sexual.
Robert Piest |
Evidencias
O cerco
começou a ser fechado em volta de Gacy depois do desaparecimento do jovem
Robert Piest. O garoto trabalhava numa farmácia e tinha uma entrevista de
emprego com John Wayne Gacy no dia de seu desaparecimento. A mãe do garoto
ficou esperando na farmácia por seu retorno, mas a demora do filho a preocupou
e ela chamou a polícia. O tenente Joseph Kozenczack cuidou da investigação.
Joseph foi
até a casa de John para interrogá-lo sobre o garoto. John, no entanto, não lhe
atendeu, alegando que havia ocorrido uma morte na família e que ele precisava
fazer algumas ligações, mas que se apresentaria mais tarde na delegacia. Ele
foi à delegacia, mas disse que não sabia nada sobre o desaparecimento e ainda
alegou que realmente tinha uma entrevista de emprego com Robert, mas este não
tinha aparecido. Depois disso, ele foi embora, mas Kozenczack conferiu a ficha
de Gacy e descobriu sobre as acusações anteriores de sodomia. Algum tempo
depois, ele obteve um mandado de busca para a casa de Gacy. A polícia
investigou a casa no dia 13 de dezembro de 1978, e encontrou muitos brinquedos
sexuais, revistas pornográficas homossexuais, drogas e objetos aparentemente
pertencentes às vitimas. Também foram confiscados três carros, e, dentro do
porta-malas de um deles, haviam cabelos que mais tarde foram confirmados como
sendo de Piest. Eles também entraram no espaço apertado abaixo da casa de Gacy,
e repararam que havia um cheiro rançoso no ar, além de um chão de limo
intocado. As provas foram levadas para teste e Gacy foi interrogado novamente,
mas chamou seu advogado e foi liberado. No entanto, ele foi colocado sob
vigília de vinte e quatro horas.
Finalmente,
a polícia decidiu prender Gacy por posse de drogas. Ao fazer testes nas
evidência que encontraram, eles conseguiram provas contra Gacy. Descobriram que
os objetos haviam pertencido ás vítimas e também sobre empregados de Gacy que
haviam desaparecido. Finalmente, John confessa ter matado alguém, mas diz ter
sido por legítima defesa. Ele confessou ter enterrado o corpo abaixo da garagem
e marcou o corpo onde pudessem achar. No entanto, a polícia procurou no espaço
apertado e descobriu um monte de terra suspeito, que escavaram, e encontraram
os restos de um corpo. A partir daí, redobraram seus esforços em busca dos
corpos, buscando-os como se fossem restos num sítio arqueológico. Com o tempo, Gacy confessou o assassinato dos
outros adolescentes e entregou um mapa com a localização de 23 cadáveres e mais
os que estavam no rio. Entre estes estava o corpo de Robert Piest.
Mapa dos corpos. |
Julgamento,
vida na prisão e morte.
O julgamento
de Gacy começou em 6 de fevereiro de
1980. Enquanto a defesa argumentava que Gacy era insano e por isso não tinha
controle sobre suas ações, a promotoria afirmava que John sabia a diferença
entre certo e errado, e portanto estava em pleno controle de suas ações. A
defesa tentou de tudo: Chamaram psiquiatras, que classificaram John como
Pseudoneurótico esquizofrênico paranoico, Sociopata, personalidade fronteiriça,
Narcisista, mentiroso patológico; e até mesmo chamaram Jeffrey Ringall para
testemunhar, numa tentativa de convencer o júri de que Gacy não era culpado por
suas ações. No entanto, não deu certo: Jeff se estressou de tal maneira ao
contar o que sofreu nas mãos do assassino, que vomitou e chorou em plena corte.
Gacy olhava, sem mostrar sinal de remorso.
Os que testemunharam contra Gacy foram principalmente parentes e amigos
da vítimas, embora seus empregados também tenham sido chamados para depor. Num
último recurso, a defesa chamou a família e amigos de Gacy para depor. A
família, por sua vez, citou o acidente com o balanço, os problemas de saúde de
John e o abuso de seu pai alcoólatra. Mas nem os psiquiatras e nem a família
adiantaram: Gacy foi considerado culpado pela morte de 33 rapazes, com completa
consciência de seus atos. Foi condenado a 12 penas de morte e 21 prisões
perpétuas.
John ficou
preso por dez anos, sempre tentando entrar com alegações de insanidade e sempre
falhando. Em uma tentativa de se salvar, ele deu uma entrevista para a
televisão, onde tentava se pintar como uma pessoa boa, e não o monstro que o
retratavam, apesar de ter mostrado grande desdém para com a família das
vítimas. Este último truque também falhou.
Na prisão,
ele se dedicou bastante à arte, pintando vários quadros e autorretratos, que
hoje valem milhões de dólares. Era bem meticuloso também, sempre anotando e
registrando tudo o que fazia.
Foi
executado em 9 de maio de 1994. Suas últimas palavras foram: “beijem minha
bunda! Vocês nunca vão saber onde eu enterrei os outros!” Provavelmente se
referindo a três corpos que nunca foram encontrados.
Alguns dos quadros pintados por Gacy na prisão. |
Lista de
vítimas identificadas.
Timothy
McCoy (15 anos)
John Butkovitch (17 anos)
Darrell Sampson (18 anos)
Randall Reffett (15 anos)
Samuel Stapleton (14 anos)
Michael Bonnin (17 anos)
William Carroll (16 anos)
Rick Johnston (17 anos)
Kenneth Parker (16 anos)
Michael
Marino (14 anos)
Gregory
Godzik (17 anos)
John Szyc (19 anos)
Jon
Prestidge (20 anos)
Matthew Bowman (19 anos)
Robert
Gilroy (18 anos)
John Mowery (19 anos)
Russell Nelson (21 anos)
Robert Winch (16 anos)
Tommy Boling (20 anos)
David Talsma (19 anos)
William Kindred (19 anos)
Timothy O' Rourke (20 anos)
Frank Landingin (19 anos)
James Mazzara (21 anos)
Robert Piest (15 anos)
Referências:
Informações e fatos:
Crime Library