terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Creepypasta: Aquele que os demônios temem
Numa noite escura, algumas semanas atrás, eu estava tentando dormir. Pelo canto do olho, eu vi algo me observando. Tinha os olhos de um animal enfurecido e parecia que ia me atacar a qualquer momento. Eu tentei soltar um grito, mas minha voz não saia. Eu estava petrificado na cama e sabia que, no momento em que me movesse, a coisa me mataria. Eu só olhei para aquilo, por bastante tempo, tentando entender porque aquilo ainda não tinha me feito em pedaços. De repente, a luz de um raio iluminou o rosto da criatura, mostrando não uma expressão de raiva, ou sanguinolenta ou assassina, como eu esperava, mas de medo.
Eu ouvi uma voz grossa e rouca atrás de mim dizer: "fique tranquilo. Aquilo é um demônio, mas não o machucará enquanto eu estiver aqui". Murmurei uma pergunta quando o nó em minha garganta se desfez: "você é um anjo?"; "Não exatamente", respondeu ele, "mas já fui chamado assim muitas vezes". Eu não entendi que ele quis dizer, mas sua resposta me encheu de pavor. Eu perguntei: "o que você vai fazer comigo?"; ele não respondeu. Eu me virei para a outra criatura, que já tinha se aproximado um pouco mais de mim. Me virei para o que estava atrás de mim, e vi que ele tinha sumido
. Naquele momento, eu pensei que era o meu fim, mas enquanto eu sentia o cheiro de carne podre da respiração da criatura, eu ouvi um baque. Eu olhei para onde estava a criatura e vi que agora havia uma ainda maior em seu lugar.
Aquilo se abaixava, para não bater om a cabeça no teto. Era o mesmo ser que havia falado comigo um pouco antes. Também vi a outra criatura. Estava inconsciente, ou talvez morta. Então a grande criatura se abaixou e pôs a menor sobre os ombros. Mas quando ia saindo, aquilo se virou para mim e disse: "Isso já foi um homem como você. E eu também. Então seja cuidadoso, ou você pode ser minha próxima caça".
Outro raio iluminou seu rosto: Era o rosto de um animal, aterrorizante e, ao mesmo tempo, tranquilizante. No momento seguinte, ele tinha sumido, me deixando sozinho com a lembrança de seu rosto e suas últimas palavras antes de sair.
Pode ser que eu nunca mais o veja de novo, e pelo meu próprio bem, eu espero que não mesmo. Eu nem sei seu nome, mas posso afirmar uma coisa: ele é Aquele que os demônios temem.
Creepypasta retirada do canal Fator Medo .
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Creepypasta: a coisa que espreita nos campos
Foi há
algumas semanas que os fardos de feno começaram a se afastar da minha casa.
Todo dia, quando eu acordava, cada uma tinha se movido algumas centenas de
metros de onde estava antes. Eu conclui que fossem brincalhões sem o que fazer,
então eu ignorei.
Dentro de alguns dias, no entanto, os fardos
começaram a se aproximar dos limites da fazenda. Eu estava cansado do joguinho
deles, então decidi movê-los de volta aonde estavam antes. Levou uma tediosa
hora para levá-los de onde estavam para perto da casa novamente, e quando eu terminei
eu estava disposto a quebrar o pescoço dequalquer merdinha que tentasse brincar
comigo.
Na manhã
seguinte, acordei com cada um dos meus cavalos decapitados. Foi o cheiro que me
acordou. Cada um estava caído de lado em seu cercado. Não havia sinal das
cabeças. Eu passei o resto do dia limpando a bagunça e enterrando os restos. Foi
só quando eu terminei que eu notei que os fardos estavam nas mesmas posições do
dia anterior, fora do lugar. Dessa vez eu as deixei onde elas estavam.
Naquela
noite eu me sentei na varanda com minha espingarda e um bule de café na mesa ao
meu lado. Fiquei sentado por horas estreitando os olhos para enxergar um
relance de quem estava movendo meus fardos de feno. Finalmente, eu comecei a
cair no sono. Eu poderia ter cochilado, mas assim que meus olhos começaram a
fechar, eu ouvi um barulho e um agitar de arvores na mata próxima. Eu me agjitei,
com o coração batendo de agitação; eu ia pegar o desgraçado. Eu engatilhei a
arma e levantei da cadeira, esperando por quem quer que fosse para chegar mais
perto e emboscá-lo. Foi então quando a coisa chegou perto o bastante para eu
enxergar sua silhueta no escuro que eu congelei. A coisa que irrompeu em meus
campos da mata próxima não pareceu me notar.
Aquilo
espreitava, corcunda e deliberado, na posição de um ladrão na ponta dos pés. Se
não fosse pelo fato da coisa parecer ter três metros de altura mesmo abaixada,
teria parecido quase frágil. A magreza de seus braços e pernas e a forma
emaciada de seu peito, com costelas vizíveis, faziam-na parecer um animal
faminto. Ainda assim, aquela coisa era inegavelmente forte. E eu a vi armazenar
cada fardo de feno abaixo de seus braços com facilidade e abaixá-los cuidadosamente
a uma certa distância, precisando apenas de alguns passos largos para cobrir a
distância. Eu a vi trabalhar, movendo cada fardo resistentemente. A coisa
tirava um tempo para verificar a posição dos outros fardos no campo, antes de
ajustar o fardo no qual estava trabalhando.
Antes de ir
embora, a criatura olhou para a casa. Eu senti seus olhos escorregarem sobre
mim no escuro, mas se me viu ou não, não sei dizer. Então, aquilo se virou
silenciosamente e voltou pelo caminho de onde veio, desaparecendo no escuro entre
as árvores. Levou uma hora para eu sequer arranjar coragem de me mover. Eu
entrei em casa depois de um tempo, mas não dormi naquela noite. Foi só quando o
sol nasceu que eu ousei sair de minha varanda para os campos. Os fardos de feno
estavam onde a criatura os tinha deixado. Estranhamente, ele não os levou tão
longe quanto das outras vezes.
Os fardos se
aproximavam de algo invisível nos campos, e quando olhei para eles entendi que
eles pareciam marcar alguma linha. Então, quando eu andei ao redor da casa, eu
reparei no distinto círculo que eles formavam, comigo no centro. No começo eu
achei que os fardos estavam sendo movidos aleatoriamente para longe da casa,
mas então eu compreendi que eles estavam formando algum limite. A coisa estava
me mandando uma mensagem. Eu dormi inquieto à noite, e só porque estava
exausto.
Na manhã
seguinte os fardos não tinham sido movidos. Na verdade, não foram movidos o
resto da semana inteira. Eles finalmente estavam onde a coisa os queria. Eu
quebrei a cabeça tentando interpretá-los. Por que essa coisa gastou tanta
energia movendo meus fardos? Por que me ameaçara com tanta violência? Eu deveria
tentar interferir? Matar meus cavalos foi só isso: Uma ameaça. Uma ameaça
inteligente. Aquilo sabia que me assustaria, e sabia que eu entederia as implicações.
O som de um
automóvel vindo em direção à minha fazenda me deu um pouco de animação. Eu
planejava abandonar a fazenda desde que vi a coisa, mas eu não podia arriscar
ir a pé, ou a coisa faria comigo o que fez com meus cavalos. Mas, se eu
conseguisse chegar ao carro com quem quer que estivesse vindo, eu poderia
escapar antes que a coisa me pegasse. Eu não sabia ou me importava com quem
estava no carro. Eu decidi que no momento que eles parassem o carro, e pularia
no banco do passageiro e diria para dar o fora desse maldito lugar. Mas não
tive a chance.
O carro
andava lentamente pela estrada, balançando devido ao chão desnivelado. Eu rezei
silenciosamente para que ele se apressasse. Foi quando o carro passou entre os
fardos dos lados da estrada que eu comecei a ouvir o balançar das arvores. A
criatura emergiu de repente de dentro das árvores, dando passos largos em todos
os seus terríveis e magricelos membros, se abaixando sobre o carro como um
gato. Alguns momentos depois estava rasgando e destruindo o painel de aço do
carro, tentando pegar o motorista.
O homem,
quem quer que fosse, gritou o tempo todo e deu para ouví-lo mesmo com a amassar
do metal e o estilhaçar dos vidros. Foi apenas quando a coisa o esmagou em sua
mão, indiferente, que os gritos pararam. O monstro o atirou para longe e se
ajeitou para olhar na minha direção. Na luz dos sol, eu pude ver a inumanidade
naquilo. Era composta inteiramente de algo terrível e vivo que havia sido
amarrado em uma bagunçada semelhança de forma humana. Do que quer que fosse feito,
pareca tão polído e duro que se não fosse pelo minuto em que se contorceu, eu
pensaria que era feito de granito.
A coisa
voltou para a mata, me deixando em meu choque. Meus olhos foram até onde o
carro estava, o motor ainda soltando fumaça, entre dois dos fardos de feno.
Repentinamente, eu entendi. A mensagem estava clara: Eu sou cativo dessa coisa,
e não me eram permitidos visitantes. Nada deveria cruzar as fronteiras que
aquilo havia estabelecido. Eu estou preso aqui, pela coisa que espreita os
campos, e aquilo não exige nada, apenas que eu nunca saia.
Ainda assim,
eu não sei se aguento ser o canário daquela coisa. Eu estive pensando muito nos
últimos dias desde que eu vi aquilo esmagando o peito daquele homem, e
silenciá-lo antes que ele pudesse concluir seu grito. Se eu cruzasse a
fronteira dos fardos, a coisa provavelmente faria o mesmo comigo. Aquilo
esmagaria meu crânio antes que eu pudesse levantar minhas mãos para me
proteger. Iria procurar por um novo bichinho de estimação, e provavelmente
continuaria procurando até que encontrasse alguém que soubesse que ela estaria
esperando do lado de fora, vigiando todas as horas com seus olhos brilhantes de
inseto.
Estive
pensando muito nos últimos dias, e acho que vou ter que tentar.
Creepypasta
retirada e traduzida do site Creepypasta wiki .
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